segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ÁGUA DE COCO É SAÚDE NATURAL


Água de coco é saúde natural
Consumo ajuda a prevenir vários problemas
No verão, seu consumo aumenta, mas se dependesse dos especialistas, a água de coco deveria ser consumida durante o ano inteiro. A bebida é considerada um isotônico natural por ser rica em minerais. A presença de eletrólitos tais como sódio e potássio possibilita uma absorção mais rápida, recuperando as perdas destes minerais através da urina e da pele. Além disso, a água de coco é a única bebida isotônica natural disponível comercialmente. Portanto, é considerada ideal para repor o líquido perdido depois das atividades físicas e para a recuperação nos casos de desidratação, por ser um excelente soro vegetal. A água de coco hidrata, revigora, alimenta, age como calmante natural e ainda ajuda a emagrecer, entre outros benefícios. O líquido também pode ser usado na recuperação de casos de desidratação, por ser um poderoso soro vegetal. E, o melhor: a quantidade de calorias é baixinha (ver informações nutricionais abaixo). Para alguns médicos, a água de coco pode se tornar uma excelente aliada em regimes de emagrecimento, porque pode ser ingerida nos intervalos entre as refeições. Também funciona como alívio para os casos de azia e até para reduzir enjôos no começo da gravidez. Existem restrições para diabéticos, hipertensos e pessoas que sofram de deficiência renal. Elas não devem abusar da bebida porque a água de coco contém sódio e outras substâncias que podem trazer complicações a estas pessoas. A origem O coco é um fruto do coqueiro, da família das palmáceas, a qual abrange cerca de um milhão de espécies. O coco-da-baía, introduzido na Bahia em 1553, pelos portugueses, é o mais conhecido e utilizado. A água de coco, líquido existente no interior do fruto, especialmente em maior quantidade quando o coco está verde, constitui sabor levemente adocicado e suave.
Quando o coco é verde, essa parte é pouco desenvolvida e mole, guardando muita água no seu interior. À medida que o coco vai amadurecendo, a parte carnosa se torna mais consistente e a água diminui. Quem entende do assunto avisa que o coco verde está adequado para consumo quando sua casca é fibrosa e carnuda, com um tom esverdeado e se o núcleo está bem duro. O coco fresco, ainda fechado, pode ser conservado por até dois meses. Depois de aberto, a polpa deve ser consumida no mesmo dia ou conservada em geladeira por até cinco dias, no máximo. Benefícios da água do coco: hidrata e amacia a pele; reduz o nível de colesterol; combate a verminose infantil; previne e auxilia no tratamento da artrite; controla a pressão arterial; combate a desidratação; repõe imediatamente a energia; evita vômitos e náuseas durante a gravidez; depura o sangue; é calmante natural; reduz a febre; trata de úlcera estomacal; combate a prisão de ventre; previne o enjôo causado pela maresia.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

INDIRECTAS ATÍPICAS, VITAMINA OU VENENO

O Exercício Democrático em Angola continua a ser um bico de obras. Aconteceram as eleições, mas à semelhança das primeiras, ficou por eleger-se o presidente da República, por toda uma série de alegações que volta e meia os politólogos procuram esmiuçar. É perfeitamente compreensível que em situações análogas, recaiam suspeições sobre o partido de pertença do presidente no poder, que entre outros aspectos, não precisa de ser participativo, nem ligeiro nos processos que visem dotar de celeridade o mecanismo de eleição de um novo presidente. Sou de opinião que a propósito parece-me que o MPLA, um hábil jogador no gramado político, terá entretanto desperdiçado uma extraordinária oportunidade de fazer brilhar o seu líder, ao não aproveitar o embalo dos 82% das eleições legislativas, criando esteios para que as presidenciais ocorressem de imediato. Julgo extremamente pálidas, quase inexistentes as probabilidades de que José Eduardo saísse derrotado do pleito. Antes pelo contrário, ainda que não igualasse as margens do partido - segundo se diz um quadro com o qual dos Santos não simpatiza- entretanto teria seguramente uma muito boa margem sobre os seus oponentes. Facto porém é que tal não ocorreu, e este ano Angola recebeu a visita de Jacob Zuma, que políticos da oposição e não só, consideraram um pseudo evento que visava lavrar as vias para a introdução da intenção de se copiar o modelo Sul-Africano de eleição presidencial.
Hoje, travam-se de razões os donos de retóricas ou verborreias mais eloquentes, quer do partido no poder como da oposição, no sentido de por um lado com argumentos de razão provarem a eficácia e vantagens da pretensão de José Eduardo e o MPLA, e o outro lado tentar demonstrar a invalidez de tal pretensão. Nisso esgrimem-se argumentos, nos quais tem sido saliente, a gritante incapacidade de alguns estudiosos e membros de partidos políticos, vincularem os seus estudos ao contexto Angolano. Qualquer uma das partes é livre de nas suas acções de demonstração pública de sapiência e razão, invocar toda a sorte de filósofos, historiadores ou políticos, mas é de profunda cordialidade que tais análises não se apartem nunca do contexto nacional, porquanto a virtuosidade de determinadas políticas para uns, pode perfeitamente ser o veneno para outras sociedades. Ou mais grave ainda, estarão a incorrer eventualmente no “imperceptível” erro de a todos considerarem iletrados ou sem os níveis de sofisticação intelectual que permita desconstruir determinados enunciados.
Atendo-me à aspectos inerentes aos hábitos culturais do homem Angolano tenho me questionado em relação a alguns aspectos curiosos. A UNITA defende que as presidências devem ser realizadas ainda a luz da presente constituição. Pergunto-me, que tipo de Presidente teríamos, se um candidato de outro partido vencesse as presidenciais e o MPLA as legislativas com a actual maioria. Partir-se-ia então para uma revisão constitucional, proposta pelo partido maioritário? Porque como se sabe são quase ilimitados os poderes do Presidente da República, segundo o artigo 66 da lei constitucional, ao presidente compete presidir a órgãos como o Conselho de Ministros, Conselho da República, Conselho de Defesa Nacional, nomeia o Governo, sob proposta do Primeiro-ministro, nomeia o Juiz Presidente do tribunal supremo e o Procurador-geral da República ouvido o Conselho Superior da Magistratura Judicial, que por sua vez também é por ele nomeado, nomeia os adjuntos do Procurador-geral, nomeia o Chefe de Estado-maior do exército, sendo comandante em Chefe, nomeia os oficias generais sob proposta do conselho de Defesa nacional, enfim uma infindável listagem de poderes se podem inventariar. Considerando aspectos culturais enraizados na postura do homem Angolano, associados as próprias nuances do exercício político, teríamos seguramente um parlamento bastante meloso no processo de análise das propostas presidenciais, e até certo ponto uma machadada no processo de consolidação do literal conceito de nação. Configurar-se-ia claramente um lapso governamental, na medida em que nenhuma aliança dotaria o presidente do poder indispensável à fuga às pretensões do partido maioritário.
É um quadro, que nada garante que um dia histórico não possa configurar.
Outra análise remete-nos ao facto de que o povo Angolano cujo nível académico tem as limitações conhecidas, sabe que existe um modelo de eleição presidencial, mas que tal passa necessariamente por ele, que vê nisso de resto uma arma susceptível de ser exibida nos momentos de cobrança ou fiscalização dos seus direitos ou do que lhe pareça ser um atropelo as promessas eleitorais. Um pouco do género de, ou ele se porta como deve ser, ou não lhe dou o próximo voto.
Fica a pergunta, como conviverá esse povo, ou com a sensação de sentir que não é directamente tido na escolha de quem comanda os destinos do País? Porque delegar poderes, literalmente não é o mesmo que o exercer de vivo punho.

O GOVERNO E AS IGREJAS

O Presidente da República reagiu finalmente ao problema da proliferação de igrejas e seitas em Angola. A questão já ganhou contornos seríssimos há bastante, entretanto até ao momento, apesar das inúmeras denúncias de situações anormais em várias igrejas não reconhecidas, na maior parte dos casos os tratamentos dos problemas são remetidos somente aos comandos municipais locais, e quando muito, as delegações da cultura. Tudo leva a crer que até ao momento, apesar das denúncias sobre as mortes de pessoas por indicações dogmáticas, violações para curas, exorcisão com jindungo dos olhos ou ânus e outras práticas macabras, o governo, ou nunca procurou arrolar a extensão e gravidade da situação, ou simplesmente fez ouvidos mocos.
Instalou-se há bastante a ideia de que se anda a brincar com o fogo, ou não se tem feito o racional aproveitamento das amargas experiências que Países limítrofes tem vivido com as suas igrejas.
Mesmo num Estado laico, indicações cientificamente comprovadas atestam que uma sociedade sobretudo com a amálgama de problemas que Angola vive, tem a extrair mais benefícios do que malefícios de uma relação saudável com as igrejas. Mas é indispensável que as denominações tenham posicionamento oficial, e que todo o aparato de cerimónias, rituais e etc, estejam obrigatoriamente inseridas no contexto jurídico-legal do País. Não é o que se vive em Angola.
É enorme o universo de transgressões que se podem apontar ao exercício da actividade das igrejas no País, que em muitos casos, pouco ou nada fazem para doutrinar condutas, modelar posicionamentos, enfim posicionar-se como um elemento vital no processo de espiritualização das comunidades.
A igreja é um centro de socialização por excelência, estudo recente provou que de entre milhares de pessoas, uma crentes e religiosas e outras agnósticas, as que crêem na existência de um ser transcendental e praticam a religião, são comparativamente as demais, mais afáveis, mais trabalhadoras, menos conflituosas, mais saudáveis, enfim seres mais sociais.
Descurar a proliferação de seitas, apesar da desordem ora reinante, implicitamente significa descurar um forte e agressivo processo de aculturação que com falso silêncio se vai implementando. As igrejas ou seitas novas, têm muitas delas origem noutras partes do mundo, e entram para Angola não só com a crença espiritual, mas com todo um arsenal cultural, que se dissemina pelo País. Um relatório recente, mostrou que é desta forma que uma cultura “alienígena” se pode apropriar de um País, mormente se a percentagem de fertilidade dos membros disseminadores da nova crença, for superior a dos nativos. Quer dizer que pelas mulheres e filhos que têm ou terão em Angola, se vai expandindo a religião e a cultura, até ao dia em que pelo grau de representatividade têm que ser adoptados pelo País como algo nacional.
Será intenção do governo tal importação cultural?
Será distração?
Vai-se correr atrás mais tarde, ou começou a corrida, com o apelo do Presidente?
A ser assim mais vale tarde do que nunca.